segunda-feira, 11 de março de 2013


Zumbido, você sabe o que é? 

Um dos sintomas mais irritante, incapacitante e que pode impactar negativamente na qualidade de vida de muitas pessoas.
Zumbido é uma sensação auditiva irreal. Podemos dizer até que é uma forma de som que não tem origem no meio externo.
O paciente acredita estar ouvindo sons no interior de seus ouvidos ou da cabeça que podem ser semelhantes aos sons de cachoeira, apitos, sirenes, chaleiras, ondas do mar, sons emitidos por abelhas, marimbondos, grilos e tantos outros.
O zumbido pode ocorrer o tempo todo ou em alguns momentos, porém é mais percebido à noite quando o paciente se prepara para dormir e está no silêncio do seu quarto. Durante o dia, outros sons podem ser mais percebidos do que o próprio zumbido e por isto muitos podem pensar que zumbido acontece apenas à noite ou no silêncio. Alguns, de forma poética, podem afirmar que estão ouvindo o som do silêncio.
Algumas pessoas dizem que não conseguem dormir por causa do zumbido e fazem uso de medicamentos para induzir o sono.
Com o passar do tempo, o paciente pode se tornar uma pessoa nervosa, irritada, angustiada, com aspecto e aparência de pessoa cansada, com sonolência diurna e, por vezes, sua produtividade diminui drasticamente.
Seus relacionamentos conjugal, familiar, profissional e social podem ser afetados negativamente por causa do zumbido.
Importante ressaltar que o zumbido não é uma doença e sim um sintoma.
O zumbido pode ser provocado por infecções de ouvido, perda auditiva, stress, depressão, ansiedade, exposição contínua e prolongada a ruídos, diabetes, uso de alguns medicamentos, problemas circulatórios, alterações na coluna cervical, contratura dos músculos da face, cabeça ou do pescoço, acúmulo de cera no ouvido, tumores, abuso de álcool, açúcar, cigarro, café, alimentos gordurosos, alguns problemas odontológicos, distúrbios da articulação temporomandibular, síndromes vestibulares periféricas, centrais ou mistas, conhecidas mais popularmente por labirintite e outras.
Muitos pacientes sofrem tanto com os zumbidos constantes que podem ficar deprimidos e ansiosos evoluindo para um ciclo de causa e efeito, ou seja, quanto mais zumbido mais depressão e ansiedade e quanto mais depressão e ansiedade mais zumbido. Chega ao ponto de não identificarmos quem causou o quê ou quem surgiu primeiro.
As pessoas com zumbido, normalmente já experimentaram diversas formas de tratamento com insucesso e em função disto, existe um mito de que zumbido não tem cura.
Não é verdade. Muitos zumbidos podem ser diminuídos, abolidos e até curados, desde que se consiga tratar e curar ou controlar a causa, ou seja, a doença que provocou esse sintoma tão desagradável.
Como o zumbido é um sintoma multifatorial o tratamento deve ser multidisciplinar envolvendo profissionais médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, odontólogos, psicólogos, nutricionistas.
Em casos de zumbidos de difícil remissão pode se tentar a TRT (Tinnitus Retraining Therapy) Terapia de Habituação que condiciona o cérebro para que ele possa conviver com o zumbido e habituar a ele de tal modo que não o perceba. Sons com freqüência e volume semelhantes ao do zumbido são emitidos para desviar a atenção do paciente de forma que ele passa a perceber cada vez menos o zumbido.
Um bom exemplo disto é solicitar ao paciente que durma com o ventilador ligado. Muitas vezes o som do ventilador é maior do que o zumbido e passa a ser mais percebido com uma grande diferença: se o som do ventilador for irritante basta desligá-lo, diferente do zumbido.
Atitudes de prevenção do zumbido devem ser incentivadas como evitar o uso de fones de ouvido emitindo sons altos e por tempo prolongado, ouvir sons de televisão, rádio e outros mais baixos possível, não usar ou abusar de açúcar, doces, alimentos gordurosos, não fazer uso de cigarro, álcool, manter seus níveis hormonais e de glicemia dentro do limite de normalidade, ter boa noite de sono, cultivar hábitos de vida saudáveis, praticar atividade física, evitar ambientes muito barulhentos e se o fizer usar protetor auricular, visitar médicos otorrinolaringologistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, odontólogos com freqüência, antes de aparecer o sintoma, para consultas de prevenção.
Infelizmente temos a cultura de tratar as doenças que estamos acometidos. Na verdade deveríamos ter o hábito de preveni-las.
O zumbido pode surgir em pessoas de todas as idades. É mais comum em idosos e em mulheres. Nos dias atuais muitos jovens se queixam de zumbidos. Isto pode ter relação com os hábitos juvenis de ouvir sons altos, usando fones de ouvido para ressaltar ainda mais o som de seus cantores ou bandas favoritas, abuso de refrigerantes, sanduíches, frituras, permanecer muito tempo em ambientes muito ruidosos como as praças de alimentação dos grandes shoppings centers, bares, boites, danceterias e casas de espetáculo, além de frequentarem shows de artistas da moda, de preferência próximos do palco e de caixas de som.








quinta-feira, 24 de março de 2011

Reabilitação Vestibular: dúvidas comuns

O que é Reabilitação Vestibular?

A reabilitação vestibular, também chamada de reabilitação labiríntica, fisioterapia vestibular ou fisioterapia labiríntica é um procedimento terapêutico realizado por fisioterapeutas, que tem como objetivo melhorar e restaurar o equilíbrio corporal por meio de exercícios específicos e individuais de movimentação ocular, cefálica e corporal, baseados em protocolos experimentados e validados no mundo todo.

Por que devo me submeter à Reabilitação Vestibular?

Uma das manifestações da disfunção vestibular é o desequilíbrio corporal que pode ser provocado pela tontura e os demais sintomas que o paciente apresenta. A Reabilitação Vestibular pode ajudar no tratamento destas condições.
Como é o equilíbrio corporal?

O equilíbrio do ser humano é dependente das informações oriundas do labirinto, da visão e da somatocepção (propriocepção). Estas informações são processadas e organizadas no sistema nervoso central, que também se encarrega do controle e do planejamento motor para que as atividades motoras que incluem a marcha e a postura possam ocorrer corretamente.

Quais são os sintomas da disfunção vestibular?

O sintoma mais comum é a tontura que pode ser rotatória (vertigem) ou não rotatória. Outros sintomas comuns são: sensação de cabeça oca, sensação de flutuação, zumbido, nistagmo, cefaléia, hipersensibilidade à sons, pressão auricular, déficit auditivo, náuseas, vômitos, mal estar, taquicardia, sudorese fria, palidez, sensação de desmaio iminente, medo, ansiedade, transtorno de humor, dificuldade de concentração, visão turva ou embaçada, instabilidade postural, desequilíbrio à marcha e queda entre outras.

Qual é a diferença básica entre tontura e vertigem?

De acordo com o que é adotado no laboratório de Reabilitação Vestibular do Setor de Otoneurologia da Universidade Federal de São Paulo, a tontura é rotatória ou não rotatória. As tonturas não rotatórias se manifestam com sensação de flutuação, cabeça oca, sensação de estar sendo atraído para o solo (afundamento) e outras e a vertigem é a tontura rotatória que pode ser a sensação subjetiva de que os objetos a sua volta estão girando ou o contrário, o paciente tem a sensação de estar girando enquanto os objetos estão fixos.

Toda vez que tenho esses sintomas estou com disfunção vestibular?

Não. Outras doenças também podem provocar os mesmos sintomas por isto é importante uma avaliação criteriosa para descartar outras hipóteses diagnósticas.

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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Alinhamento de cabeça e ombros em pacientes com hipofunção vestibular unilateral

Head and shoulder alignment among patients with unilateral vestibular hypofunction
Adamar N. Coelho Júnior, Juliana M. Gazzola, Yeda P. L. Gabilan, Karen R. Mazzetti, Monica R. Perracini, Fernando F. Ganança
 

Objetivos: Avaliar o alinhamento de cabeça e ombros de pacientes com hipofunção vestibular unilateral (HVU) por meio da biofotogrametria computadorizada e associar esses dados com gênero, idade, tempo de evolução clínica, autopercepção da intensidade de tontura e ocorrência de quedas. Métodos: Trata-se de estudo transversal em que 30 indivíduos com HVU e 30 indivíduos com função vestibular normal e sem queixa de tontura foram submetidos à biofotogrametria computadorizada. Foram registradas imagens em vistas anterior, posterior, laterais direita e esquerda em ortostatismo. O programa Alcimage® 2.0 foi usado para avaliar três ângulos que permitem verificar anteriorização e inclinação da cabeça e alinhamento dos ombros. Os grupos foram pareados por idade, gênero e estatura. Para a análise estatística, realizaram-se os testes de Mann-Whitney, Kruskal-Wallis, seguidos do teste de Dunn e Coeficiente de Correlação de Spearman. Resultados: Pacientes com HVU apresentam maiores valores para os ângulos de anteriorização (55,44±16,33) e de inclinação lateral da cabeça (2,03±1,37) quando comparados aos indivíduos normais (34,34±4,60 e 1,34±1,05, respectivamente), com diferença estatisticamente significante (p<0,001). O aumento da anteriorização e da inclinação lateral da cabeça do grupo de indivíduos com HVU foi de 38,05% e 33,78% respectivamente. A anteriorização da cabeça foi associada com o tempo de evolução clínica da doença vestibular (p=0,003) com a idade (p=0,006), com a intensidade da tontura (p<0,001) e com a ocorrência de quedas (p=0,002). Conclusão: Pacientes com HVU apresentam maior anteriorização e inclinação lateral da cabeça. A anteriorização da cabeça aumenta com a idade, com o tempo de evolução clínica, maior auto-percepção da intensidade da tontura e nos pacientes que relataram quedas.
Palavras-chave: doenças vestibulares; tontura; postura; avaliação; fotogrametria
 
Para saber mais, acesse: Rev Bras Fisioter, São Carlos, v. 14, n. 4, p. 330-6, jul./ago. 2010  http://www.scielo.br/pdf/rbfis/v14n4/aop022_10.pdf

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Otoneurologia e Fisioterapia Vestibular


O equilíbrio corporal do ser humano é dependente das informações oriundas da orelha (labirinto), da visão e da somatocepção, que constituem os receptores sensoriais periféwricos relacionados com a orientação espacial. Estas informações são processadas e organizadas no sistema nervoso central, que também se encarrega do controle e do planejamento motor, para que finalmente as execuções motors pertinentes, que incluem a marcha e a postura, possam ocorer corretamente.
O funcionamento adequado do sistema vestibular periférico (labirinto posterior e nervos vestibulares) e também do sistema vestibular central (núclei]os vestibulares, vias e conexões no SNC) pode ser comprometido por diversos distúrbios, entre eles, inflamatórios, infecciosos, traumáticos, degenerativos, neoplásicos, autoimunes, genéticos, vasculares, hormonais, metabólicos, psicogênicos, iatrogênicos e posturais. Esta diversidade etiológica confirma a relação existente entre o sistema vestibular e outros sistemas do organismo humano, e contribui com a acentuada prevalência mundial de sintomas vestibulares como a tontura.
Sinais e sintomas:
A tontura pode se manifestar como vertigem (tontura giratória), oscilopsia, sensação de flutuação, de "cabeça oca", de estar sendo atraído para o solo (afundamento), entre outras queixas. Outros sinais e sintomas relatados ou verificados pelos pacientes com vestibulopatias incluem náuseas, vômitos, mal estar, taquicardia, sudorese fria, palidez, medo, ansiedade, zumbido, distúrbios de audição, cefaléia, dificuldades de concentração, distúrbios de linguagem e quedas.
Consequências:
A intensidade, a duração e a prevalência de manifestações clínicas que acompanham as vestibulopatias frequentemente ocasionam piora da qualidade de vida do paciente, comprometendo suas atividades profissionais, domésticas e sociais e trazendo prejuízos físicos, psicológicos e financeiros.
Evolução dos estudos:
Nas últimas décadas muito tem se pesquisado, descoberto e trabalhado no campo da Otoneurologia, visando, além de aliviar o sofrimento dos pacientes, o pronto restabelecimento do equilíbrio corporal, prevenir o aparecimento ouocorrência dos quadros clínicos vestibulares e a reintegração às atividades rotineiras com a maior brevidade possível. Nosso métodos propedêuticos foram desenvolvidos e/ou aperfeiçoados para aprimorar o diagnóstico e troná-lo o mais corret e precoce possível.
Tratamentos:
O tratamento etiológico é fundamental. Atualmente, dispõe-se de recursos medicamentosos, cirúrgicos, nutricionais, de correção de hábitos inadequados, psicoterapia e fisioterapia vestibular, a qual denomina-se REABILITAÇÃO VESTIBULAR (RV). O procedimento ideal é a reunião dos recursos disponíveis e cabíveis em cada caso, aplicados de forma personalizada.
O programa de reabilitação deverá ser selecionado de acordo co o tipo de disfunção vestibular identificado ao exame otoneurológico, em cada paciente.
Texto extraído do Manual de Exercícios de Reabilitação Vestibular ecrito por: Fernando Freitas Ganança, Cristina Freitas Ganança, Heloísa Helaena Caovilla e Maurício Malavasi Ganança.