quinta-feira, 24 de março de 2011

Reabilitação Vestibular: dúvidas comuns

O que é Reabilitação Vestibular?

A reabilitação vestibular, também chamada de reabilitação labiríntica, fisioterapia vestibular ou fisioterapia labiríntica é um procedimento terapêutico realizado por fisioterapeutas, que tem como objetivo melhorar e restaurar o equilíbrio corporal por meio de exercícios específicos e individuais de movimentação ocular, cefálica e corporal, baseados em protocolos experimentados e validados no mundo todo.

Por que devo me submeter à Reabilitação Vestibular?

Uma das manifestações da disfunção vestibular é o desequilíbrio corporal que pode ser provocado pela tontura e os demais sintomas que o paciente apresenta. A Reabilitação Vestibular pode ajudar no tratamento destas condições.
Como é o equilíbrio corporal?

O equilíbrio do ser humano é dependente das informações oriundas do labirinto, da visão e da somatocepção (propriocepção). Estas informações são processadas e organizadas no sistema nervoso central, que também se encarrega do controle e do planejamento motor para que as atividades motoras que incluem a marcha e a postura possam ocorrer corretamente.

Quais são os sintomas da disfunção vestibular?

O sintoma mais comum é a tontura que pode ser rotatória (vertigem) ou não rotatória. Outros sintomas comuns são: sensação de cabeça oca, sensação de flutuação, zumbido, nistagmo, cefaléia, hipersensibilidade à sons, pressão auricular, déficit auditivo, náuseas, vômitos, mal estar, taquicardia, sudorese fria, palidez, sensação de desmaio iminente, medo, ansiedade, transtorno de humor, dificuldade de concentração, visão turva ou embaçada, instabilidade postural, desequilíbrio à marcha e queda entre outras.

Qual é a diferença básica entre tontura e vertigem?

De acordo com o que é adotado no laboratório de Reabilitação Vestibular do Setor de Otoneurologia da Universidade Federal de São Paulo, a tontura é rotatória ou não rotatória. As tonturas não rotatórias se manifestam com sensação de flutuação, cabeça oca, sensação de estar sendo atraído para o solo (afundamento) e outras e a vertigem é a tontura rotatória que pode ser a sensação subjetiva de que os objetos a sua volta estão girando ou o contrário, o paciente tem a sensação de estar girando enquanto os objetos estão fixos.

Toda vez que tenho esses sintomas estou com disfunção vestibular?

Não. Outras doenças também podem provocar os mesmos sintomas por isto é importante uma avaliação criteriosa para descartar outras hipóteses diagnósticas.

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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Alinhamento de cabeça e ombros em pacientes com hipofunção vestibular unilateral

Head and shoulder alignment among patients with unilateral vestibular hypofunction
Adamar N. Coelho Júnior, Juliana M. Gazzola, Yeda P. L. Gabilan, Karen R. Mazzetti, Monica R. Perracini, Fernando F. Ganança
 

Objetivos: Avaliar o alinhamento de cabeça e ombros de pacientes com hipofunção vestibular unilateral (HVU) por meio da biofotogrametria computadorizada e associar esses dados com gênero, idade, tempo de evolução clínica, autopercepção da intensidade de tontura e ocorrência de quedas. Métodos: Trata-se de estudo transversal em que 30 indivíduos com HVU e 30 indivíduos com função vestibular normal e sem queixa de tontura foram submetidos à biofotogrametria computadorizada. Foram registradas imagens em vistas anterior, posterior, laterais direita e esquerda em ortostatismo. O programa Alcimage® 2.0 foi usado para avaliar três ângulos que permitem verificar anteriorização e inclinação da cabeça e alinhamento dos ombros. Os grupos foram pareados por idade, gênero e estatura. Para a análise estatística, realizaram-se os testes de Mann-Whitney, Kruskal-Wallis, seguidos do teste de Dunn e Coeficiente de Correlação de Spearman. Resultados: Pacientes com HVU apresentam maiores valores para os ângulos de anteriorização (55,44±16,33) e de inclinação lateral da cabeça (2,03±1,37) quando comparados aos indivíduos normais (34,34±4,60 e 1,34±1,05, respectivamente), com diferença estatisticamente significante (p<0,001). O aumento da anteriorização e da inclinação lateral da cabeça do grupo de indivíduos com HVU foi de 38,05% e 33,78% respectivamente. A anteriorização da cabeça foi associada com o tempo de evolução clínica da doença vestibular (p=0,003) com a idade (p=0,006), com a intensidade da tontura (p<0,001) e com a ocorrência de quedas (p=0,002). Conclusão: Pacientes com HVU apresentam maior anteriorização e inclinação lateral da cabeça. A anteriorização da cabeça aumenta com a idade, com o tempo de evolução clínica, maior auto-percepção da intensidade da tontura e nos pacientes que relataram quedas.
Palavras-chave: doenças vestibulares; tontura; postura; avaliação; fotogrametria
 
Para saber mais, acesse: Rev Bras Fisioter, São Carlos, v. 14, n. 4, p. 330-6, jul./ago. 2010  http://www.scielo.br/pdf/rbfis/v14n4/aop022_10.pdf